Amigos, foram quase 2.500 e.mails de apoio popular enviados ao poder
público e mídia apoiando o trabalho dos voluntários que tentam salvar
os animais abandonados no parque. Possivelmente, nunca antes uma
questão da causa animal recebeu tanta adesão.
Mas aparentemente, ainda não houve uma sensibilização por parte das
autoridades oficiais.
Os filhotes em tratamento foram despejados, o atendimento aos adultos
soltos no parque está sendo dificultado. Precisamos continuar
demonstrando nosso desacordo com essas medidas. Clique novamente no
seguinte link
http://www.gaepoa.org/site/?m=Campanha&id=60 e envie o texto abaixo:
"Como cidadão de Porto Alegre, afirmo meu desejo de que os gatos e
cachorros abandonados criminosamente no Parque da Redenção possam
continuar recebendo alimentação, cuidados veterinários e
encaminhamento para guarda responsável através do Movimento Gatos da
Redenção. Desejo que a administração do Parque disponibilize
oficialmente um local seguro e funcional para esse trabalho
voluntário, e atue no sentido de garantir a segurança dos animais
atualmente no local e evitar futuros abandonos. Desejo que todas as
medidas presentes e futuras envolvendo esses animais sejam decididas
em comum acordo com os voluntários que lá trabalham há tanto tempo, já
tendo prestado serviços inestimáveis à população. Desejo que a
comunidade dos animais abandonados no parque passe a ser incluída e
contemplada, como uma realidade que não pode mais ser ignorada".
Resumo dos fatos:
No início de abril, o Movimento Gatos da Redenção, grupo voluntário
que em quase 10 anos já resgatou, tratou e encaminhou para adoção
cerca de mil animais abandonados no Parque da Redenção, foi
surpreendido mais uma vez com ordens emitidas pela administração do
Parque que dificultam seu trabalho e colocam em risco a vida dos mais
de 100 animais em processo de resgate.
O MGR foi avisado de que tinha prazo para desocupar o precário e
mínimo espaço que ocupava como abrigo para filhotes, mães lactantes e
adultos debilitados. Esse espaço fora uma conquista do Movimento junto
à administração anterior. Ao mesmo tempo, quatro cães foram recolhidos
ao CCZ. Quatro gatos adultos que viviam no parque apareceram mortos. O
corpo de um gato filhote desconhecido foi "plantado" no local. Todos
os utensílios dos animais desapareceram.
Lembrando da matança ocorrida no ano passado, quando 30 gatos surgiram
mortos, varados no pulmão por objeto perfurante, a inquietação tomou
conta dos voluntários.
Após uma grande campanha pela internet, 2.500 e.mails de apoio ao MGR
foram enviados à Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre, ao
Ministério Público e à mídia.
No entanto, não foi possível estabelecer um diálogo. No dia 15 de
abril, a administração do Parque desocupou e lacrou as gaiolas
ocupadas por 15 filhotes de gato em tratamento de saúde, que foram
transferidos para um local desabrigado e sem segurança. E no dia
seguinte, novas determinações proibiram que os animais soltos no
parque recebessem alimentação, e de que seus potes de comida e até
mesmo água fossem retirados.
A alegação da administração de que os animais abrigados estariam
transmitindo zoonoses aos animais silvestres do minizôo - uma
instituição ultrapassada, onde animais debilitados e infelizes são
expostos ao estresse da poluição urbana e interferência nem sempre
amistosa dos visitantes - é questionável. Além de não terem contato
direto, são raras as doenças de uma espécie animal que se transmitam a
espécie diferente. Traduzindo: gripe de gato não pega em macaco.
Quanto à afirmação de que pais de crianças frequentadoras do
playground teriam reclamado de dejetos de animais nos brinquedos, algo
que não condiz com o comportamento normal de gatos, resta perguntar
como um ambiente de parque público, composto de terra, areia e
vegetação e com altíssima circulação popular, poderia se tornar
asséptico. Ainda que não existissem cães e gatos, existe toda a fauna
silvestre livre do parque: aves, répteis, insetos, gambás, morcegos e
várias outras espécies de mamíferos. Jamais, e felizmente, o parque
estará "livre" dos resquícios desses animais. Quem procura um parque,
supostamente procura contato com natureza.
O trabalho sério, constante e abnegado do MGR fala por si. Não fossem
esses voluntários, certamente os frequentadores do parque encontrariam
com muito mais frequência o espetáculo deprimente de animais famélicos
e machucados, e a superpopulação destes atingiria um nivel
descontrolado. Seria justo e racional que o MGR tivesse espaço
garantido e tranquilidade para atuar, em conjunto com a administração
e pelo bem tanto do público como dos animais.
A única perspectiva de entendimento vem do possível resultado da
reunião marcada para o próximo dia 23, quinta-feira, às 9h30min, no
Orquidário do Parque.