Crossroad


Tem momentos do dia que gostaria de largar tudo, sair pela porta e não ter rumo de ida e nem volta.. Ter um um daqueles carros clássicos que aparecem em filmes e videoclipes, conversível ou não, mas com o mesmo charme deles...No porta-mala uma mochila, no porta luvas vários cd´s...
A paisagem escolhida para esta aventura com certeza seria o interior da Austrália e a rota 66 nos Estados Unidos..
Também tenho a opção de pegar uma mochila e conhecer o velho mundo de trem..
Tudo isto, para fugir de sentimentos que sufocam, de dias que não tem alternativas, de momentos que não aconteceram porque a balança do destino tinha no lado negativo mais conselheiros do que do lado positivo..
Perco a cada dia qualquer vínculo que poderia me prender neste lugar, vínculos que se foram com o tempo, que não me permitiram participar de etapas da minha vida profissional em Israel, em Madri e Alemanha. Sem contar os lugares no Brasil que eu preteri em troca da minha cidade..
O que escutar nestes cd´s???Eu optaria por um playlist que lembrasse do meu estado, de pessoas que eu estaria deixando, ou que se perderam na esquina da vida..
Com certeza esta aventura não teria registros virtuais, porque fugiria deste mundo definitivamente, sem blog´s, sem comunidades, sem comunicadores e sem celular.Tudo a base de papel e caneta num velho caderno com ou sem códigos, mas para se ter registros para quem sabe ler...
Para ler eu levaria meu livro de cabeceira , que leio e re-leio nos últimos 15 anos: " Cem anos de Solidão" do Gabriel Garcia Marquez, e o Outono do Patriarca do mesmo autor, e claro que não poderia faltar Incidente em Antares..
Que o ano deixe de ser um espelho do que já se foi, que os sonhos continuem sendo um norte para a minha vida, que a esperança num dia melhor seja sempre o mais importante...Que um dia possa ler e re-ler que escrevo com a alma sorrindo..

Um comentário:

sil borges de souza disse...

Hehehe... Achei q era só eu, mas agora vou ter q ler o Outono do Patriarca... do resto a história é quase a mesma. Bjo no coração. Silvana (não precisa aprovar, a vida já fez).